sábado, 7 de maio de 2011

Eleições para Deputados ou para Primeiro-Ministro?

Sou dos que pensa que a Assembleia da República, no nosso regime democrático é um dos órgãos de soberania que melhor representa os cidadãos.
A Assembleia da república é um dos órgãos de Soberania eleito por sufrágio directo e universal. No entanto esta realidade tem vindo a ser desvalorizada e até adulterada. Atente-se na forma como alguns candidatos a deputados são “nomeados” e veja-se como em grande parte dos casos, essa nomeação não passa de um “pagamento“ de favores e os escolhidos nada têm a ver com as populações e os distritos que vão representar no caso de virem a ser eleitos.

O Primeiro-ministro no nosso sistema constitucional não é eleito por sufrágio universal e directo. O primeiro-ministro é convidado (tendo em conta os resultado eleitorais) pelo Presidente da República a formar governo. Mas na realidade esta verdade tende a ser esquecida ou tenta-se que o venha a ser.

Veja-se o ridículo da situação. Imaginemos (sim imaginemos só) que decido que quem deve continuar a ser primeiro-Ministro deve ser o actual. Como tal vou votar na Lista do PS do meu Distrito para a A. República, terei que eleger como Deputado o Eng.º Basílio Horta, cabeça de lista do respectivo Partido no meu Distrito, coisa que, apesar da sua recente adesão entusiástica aos “benefícios” do Socratismo não me convence.
Creio que a imprensa e a proliferação de sondagens onde se esquece esta realidade não ajuda nada a pôr as coisas com verdade.

Recordo-me do tempo em que os candidatos a deputados eram escolhidos entre os melhores Cidadãos dos Distrito e não pelos favores prestados (e fácil domesticação no futuro). O resultado é que os deputados eleitos (em grande parte) não nos vão representar e defender, mas dizer sim com a cabeça às decisões das direcções partidárias e governamentais.

Também aqui a nossa Democracia está mais pobre.

6 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

Pois é, meu caro Rodrigo, essa do Basílio Horta (e não só!) custa a engolir.
Parece que a nossa enferma Democracia entrou numa de vale tudo!
Enfim, tenho na mão o meu voto e ando para aqui às voltas, pensando no que com ele irei fazer...
Custa-me, custa-me mesmo, entrar na bruma do mal menor!
Um abraço.

Manuel Veiga disse...

enfim, atribulações da democracia dita "representativa" ...

abraço

Unknown disse...

Parece-me que a campanha é para primeiro ministro.
Para eles só conta o primeiro lugar.
Os problemas do país ficam para outros planos.
Coisas menores.

Os teus comentários são sempre bem vindos e muito oportunos.
Em prosa vemos o que se escreve, mas em poesia lê-se mais do que foi dito ou podemos imaginar outras formas de pensar.
Um abraço com amizade.

Rogério G.V. Pereira disse...

Era boa a Democracia, quando ainda havia.
O nevoeiro ajuda a pensar que ainda há fomentando o equivoco.

Os equivocados vão eleger o primeiro ministro. E agora? Quem os convence que não é bem isto?

Fê blue bird disse...

Cada vez tenho menos ilusões, e se o Sócrates ganhar estas eleições, elas esfumam-se de vez.
A AR é para alguns só um local onde têm um bom emprego, e onde de vez em quando fazem qualquer coisa para o justificar.
Uma pobreza!

Bjos

Anónimo disse...

Pois é caro Rodrigo. Há tempos, no CR, a propósito do Basílio escrevi que o PS nunca mais aprende. Mas nós também não...
Nunca estive indeciso, votei sempre por convicção. Desta vez, não sei o que fazer com o voto a que tenho direito. Vais ser uma escolha difícil e, seja qual for a decisão que tomar, sei que o meu voto não será de esperança. Sinal de que a democracia não está só cada vez mais pobre ( comop bem diz o meu amigo) mas também, como venho alertando há tempos, está mais podre.