terça-feira, 21 de outubro de 2014

Um post sem titulo (por não saber o que lhe chamar).

"Estou chocado! Um conhecido meu, um dos grandes executantes de guitarra clássica que conheci, figura ligada pessoalmente e familiarmente à música de Coimbra, homem de cinquenta e poucos anos, que tirou em Coimbra um curso superior... anda a tocar guitarra nas ruas do Porto para matar a fome...e acaba de escrever , agora mesmo, aqui no Face o seguinte:
"Ora bem estou a morrer de frio e de fome no fim da ponte d luis. alguém me arranja uma manta e ou um pão? agradecido"

Mário: vem para Coimbra , pá!"

A foto e o texto foi roubado na página do Rui Pato no facebook. 

Para além de já  aí ter deixado uma opinião e ter partilhado a publicação, fiquei preso a esta imagem e a este texto que revela uma realidade muitas vezes sem voz nestas andanças. Até porque as vitimas desta situação miserável deixam de ter acesso a estes meios e só lhes resta tentar sobreviver através da "caridade alheia".

Talvez porque ainda o consiga fazer vou usando estes meios no mínimo para difundir situações concretas e abstractas do que por aí se vai vendo e sentindo e claro que não preciso de sair do meu meio familiar para perceber muitas das realidades que por aí se vão sentindo. Aconselho vivamente alguns amigos que por aqui e ali vão debitando teorias que olhem para estas situações que são são só a ponta do gigantesco icebergue e que percebam que os seus dogmas não colhem junto destes espoliados e desprezados que deixaram de ter voz e que só lhes resta pedir uma "manta e um pão".

Entretanto siga a festa cada vez maior (pelo menos em espaço). Os que atingiram o limiar da pobreza são úteis, nem que seja para alimentar os discursos. 

Desculpem (mas fiquei mal disposto)

12 comentários:

  1. Rodrigo são muitos que vagueiam por aí pendurados na caridade.
    Estes relatos deixam-me muito triste.
    Que se terá passado até chegarem ali?

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  2. Caro Luís Coelho

    Eu sei e tu também sabes que eu sei!
    Abraço
    Rodrigo

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  3. Revoltante!!! Como estes fulanos que se enfiaram em Belém e em S. Bento com o voto deste povo cego e estúpido (e com a ajuda do PC e do BE, claro!) têm dado cabo do país e das suas gentes.

    Revoltante! Vergonhoso! Só apetece chamar-lhes nomes e dizer palavrões!!

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  4. Caro Rodrigo.
    É revoltante, vergonhoso e imensamente triste e deplorável, que alguém que já viveu e conheceu dias de conforto e por certo tem e teve uma família, tenha chegado ao ponto de bater no fundo do poço.
    Infelizmente, não é apenas no nosso país que existem pessoas sem-abrigo.
    Não está em causa os factos que os conduziram a esta triste situação, o que interessa é a recuperação para a sociedade, deste seu conhecido e de centenas de outros que vivem em iguais circunstâncias.
    Não me parece que se deva atribuir ao Estado toda a culpa do resvalar para a desgraça de pessoas que já viveram bem e sabe-se lá porquê, ou melhor, imagina-se, se deixaram transformar em farrapos humanos.
    Se não houver outra maneira de ajudar, ou por recusa de serem ajudados pelas Instituições existentes, pois que lhes estendam a mão aqueles que os conheceram no tempo da abundância.

    Uma manta e um pão não resolve a situação deste ser humano.
    Ele deve ser ajudado para poder voltar a ser gente!

    Um abraço.

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  5. Daqui a pouco serão muitos mais,
    sem tocar nem cantar
    sem ter que comer
    e sem ter com que se tapar

    http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/economia/detalhe/aumenta-numero-de-portugueses-no-limiar-da-pobreza.html

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  6. Agora também eu fiquei mal disposto :(
    Grande abraço, Rodrigo

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  7. Este amigo já foi "encontrado" e vai ter quem o ajude...
    Claro que este "assunto" não ficará resolvido...tudo isto tem razões profundas que todos identificamos. Mas mesmo que todo este movimento em torno do Mário seja meramente casuístico e não atinja o âmago da questão...valeu a pena.

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  8. Eu conheço cada vez mais gente que passa dificuldades... Caminhamos para o abismo...

    abraço.

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  9. Rodrigamigo

    Gostei de ler a informação do Rui Pato - e por duas razões:

    1)O amigo Mário já foi "encontrado" e vai ter quem o ajude... - Bravo!, os meus parabéns e que nunca doam as mãos que ajudam.

    2) É preciso, é preciso, é preciso ir ao âmago da questão, o que é tarefe muito difícil, mas não é impossível. Se nós todos quisermos (e pudermos) acharemos a hora do desassossego Mas, para isso, não pode haver declarações bonitas e politicamente correctas: há que AGIR.

    No caso presente também concordo que tenha valido a pena: para o Mário e para os que se juntaram para o ajudar. F-R-A - FRA; F-R-A - FRA|

    Rodrigamigo

    Este teu blogue - como diria o Jô Soares - é um espantooooooo!!! Por isso já o incluí nos meus BLOGUES MAIS FIXES Vai lá ver, Obrigado

    Abç



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  10. Caras e caros amigos.
    Mesmo quando por aqui andava diariamente ou quase, raramente respondia aos comentários, também agora não o vou fazer, individualmente. De facto, a destruturação da nossa sociedade atira para situações extremas muita gente que não tem outra solução do que fazer como o Mário que é infelizmente apenas um exemplo. Como o Rui Pato aqui nos informou a situação foi atenuada graças a alguns amigos. Porque os tem. Quantas outros não estão aí por resolver? Será que quem quanto menos espera, fica sem casa, família e amigos vai para debaixo da ponte? Neste caso o Mário até sabia tocar guitarra. Quantos, quantos anónimos estão por aí ao sol à chuva e ao vento e não sabem tocar qualquer instrumento e dar nas vistas. Desculpem mas continuo mal disposto e o facto de saber que o Mário foi recolhido não atenua pois sei, vejo e leio muitas, muitas outras situações idênticas.
    abraços.

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  11. Meu amigo, acredite que estou aqui há já uns minutos sem saber como começar a comentar...

    Qualquer um de nós, pode chegar a esta triste situação, aliás basta que o membro ou membros que suportam financeiramente a família fiquem desempregado ou morram para que isto aconteça.
    E não há ninguém, a não ser os amigos se os tivermos ainda, que nos ajude.
    E ajudar não é dar um pão e uma manta, é dar trabalho, pois só com trabalho podemos ter dignidade.

    Meu amigo, eu tenho um filho com 29 anos, licenciado e com mestrado que nunca teve um ordenado embora já tenha trabalhado (gratuitamente é claro), agora diga-me se nós os pais lhe faltarmos como é que ele sobrevive?

    Portanto este tema além de me deixar mal disposta, deixa-me muito triste e impotente para o resolver.

    Acho que a vida é uma triste ilusão quando devia ser uma doce realidade.

    Desculpe o desabafo e só espero que dê, dignidade ao Mário e a tantos outros Mários que deambulam por este triste país.

    beijinho
    F^r

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  12. Este é o resultado de politicas erradas que têm sido postas em prática. O maior problema é não existir alternativa credível na oposição.

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