Afinal os gordos eram os pensionistas. Aqueles velhotes sentados no jardim, a fazerem tempo para ir aos netos, são eles as tais “gorduras do Estado” que, na frase-bandeira de Passos Coelho, urge “cortar”. Pagarão mais em medicamentos com uma reforma menor.
E gordos são também os funcionários públicos, por manterem uma invejável estabilidade laboral e salarial e porque seria fútil taxar mais o sector privado, onde não faltam formas de reduzir salários, subempregar, reempregar por menos ou despedir.
Obesas são ainda as escolas e anafados são os cientistas, bolinhas colesteróticas que os iludidos acham indispensáveis ao progresso de longo prazo. Boa sorte a quem emigrar.
Os magros, esses, devem ser os banqueiros e a finança, apenas beliscados neste Orçamento e que todos os anos vêem os lucros subir. Esbelto é Jardim, que talvez (nem isso é certo) leve uma palmadita nos dedos com a suspensão de transferências até nos distrairmos dele.
Magríssima, quase esquelética, será a Igreja Católica, maior proprietária imobiliária de Portugal e que continua isenta de IMI e IMT, recebe de volta o IVA e ainda subsídios autárquicos para construir templos essenciais a uma sociedade moderna e tecnológica. Tísicas são as polícias e os serviços secretos, para mais em ano de “tumultos” (outra frase emblemática), isoladas no aumento de despesa.
Dieta sim, mas só para alguns.
Excepcional, como são quase sempre as crónicas dele.
ResponderEliminarObrigado pela partilha, Rodrigo
Excelente análise sobre o conceito de quem precisa fazer dieta e perder uns quilos. Claro que nunca serão os que comem caviar e bebem champanhe.
ResponderEliminarSerão sim, aqueles cuja alimentação é feita à base de pão.
"Boa sorte a quem emigrar"
Um beijo, Rodrigo.
Caro amigo:
ResponderEliminarExcelente análise de um país onde aqueles que comem tudo são os que menos pagam.
Beijinhos
Somos todos iguais; só que uns são mais iguais do que outros. Ou mais gordos. Ou mais magros. Ou mais tristes.
ResponderEliminarGrande revolta!
Perfeição do ato de descrever o atual retrato social.
ResponderEliminarUm grande bj
Rodrigo,
ResponderEliminarAo ler este post lembrei-me do taxista que me levou do aeroporto para o hotel em Roma.
Que era o mais anti-clerical possível.
E que dizia que os padres eram os maiores proprietários de imóveis.
E que eram mais em número, mas menos úteis que as pu#$%.
Que, essas sim, tinham alguma utilidade :)))
No ponto!!!
ResponderEliminarMagnífico texto...com alguma ironia e , por isso, mais rico ainda!!!
parabéns, parabéns...
BShell