Estamos a poucos dias de comemorar o 37º aniversário do 25 de Abril. Das conquistas dessa madrugada libertadora uma delas foi o direito ao voto para todos os cidadãos em plenos uso das suas capacidades eleitorais. Recordo que na altura a maioridade só era atingida ao 21 anos e como tal estava previsto que o direito ao voto só com essa idade. Tinha na altura 19 anos, um movimento em que participava (MJT- Movimento da Juventude Trabalhadora) desenvolveu uma campanha a nível Nacional para que esse direito fosse atribuído aos 18. Essa campanha deu os seus frutos e logo nas primeiras eleições livres usei esse direito. Não me recordo bem mas creio que as assembleias de voto abriram às 8 horas da manhã. Desde muito cedo que se formaram bichas. Toda a gente queria exercer um direito que durante quase cinco décadas só era dado a uns tantos escolhidos e em eleições “fantoches” Usando só a memória creio que mais de 90% dos eleitores exerceram esse direito.
Lembro-me que foi um dia de festa. Ouve ganhadores e perdedores, uns continuaram a festa pela noite dentro, outros assumiram a derrota com maior ou menor resignação. Era a Democracia a funcionar. Perdedores ou ganhadores, sentia-se que o dever estava cumprido e havia que esperar por outras para uns tentarem manter a vitória e outros obter a “desforra”.
Novamente vamos ser chamados às urnas, desta vez por uma razão que inicialmente até se percebia mas que ao conhecer-se o que se passou nos bastidores a razão que nos deram rapidamente se tornou numa verdadeira farsa. Mais alguns dias e quando o lençol destapar tudo e os tais armários se abrirem, a monstruosa farsa montada vai desmotivar mais gente a trocar a ida às urnas por uma outra qualquer actividade, dada a desmotivação já habitual mas agora acrescida pelo comportamento “aberrante” de alguns dos “nossos” políticos.
Provavelmente, somos um dos Países da Europa onde os nossos eleitos, menos eleitores representam. Atente-se no número de eleitores que o mais alto magistrado da Nação representa, apesar de se afirmar como o Presidente de todos os Portugueses e sendo Institucionalmente verdade, quantos de nós, os que votámos e os que não o fizeram, se revêem naquela Magistratura?
A mobilização do eleitorado não se faz assim. A necessária mobilização faz-se com ideias e gente mobilizadora. Os candidatos a deputados embora escolhidos pelos órgãos respectivos dos partidos políticos têm que ser cidadãos reconhecidos pelos eleitores e neles se sintam representados. Mas na verdade para além dos habituais “aparelhistas” aparecem mais uns tantos premiados pelos “bom” desempenho demonstrados em órgãos tutelados pelo aparelho do estado e pouco mais, para não falar de outras aberrantes escolhas.
Corremos o risco de comparativamente à situação anterior ao 25 de Abril a percentagem de eleitores não ser assim tão diferente. Antes porque os mesmos eram escolhidos pelo regime. Hoje porque não se revêem em boa parte nos candidatos escolhidos pelo “regime”.
*O titulo dado a este post é a utilização “abusiva” dum termo Usado em Aveiro para distinguir os habitantes de um e de outro lado da Ria.
Mesmo quando a lei mudou para os dezoito já eu estava cansadinha de esperar... paciência nunca foi um dos meus fortes lol
ResponderEliminarPor acaso houve uma coisa que o Daniel Oliveira disse e que eu concordo... acabámos com o refugo dos políticos e, agora acrescento, como refugo que são... nunca conseguirão mobilizar ninguém... estamos pior entregues do que se fosse aos Cagaréus ou aos Ceboleiros ;)
Bjos
O circo continua e a parelha de palhaços perpara-se para actuação a seguir ao ilusionista de fato escuro. Nem se dão conta de como as cadeiras se esvaziam. É hora de acabar com o triste espectáculo...
ResponderEliminarBoa noite Amigo
ResponderEliminarO tempo passa mas as recordações ficam desses belos momentos que Abril nos trouxe de presente.
Será de todo impossível termos um Presidente que nos represente a todos
Por melhor que ele seja nunca agradará a todos e em muitos casos até nada faz o que também não é positivo.
Agradeço os teus simpáticos comentários no lidacoeho. São essas palavras que muitos dias me obrigam a continuar.
Ainda não me esqueci do teu convite que muito te agradeço. Um destes dias combinamos esses pormenores.
Tenho andado com bastante trabalho e o tempo passa-se tão rápido que não dá para tudo o que queremos.
Este fim de semana andamos por Santiago da Guarda, Rabaçal Pedrogão Pequeno e Barragem do Cabril e acabámos hoje numa aldeia de xisto na margens da Ribeira de Alge - Fragas de São Simão.
Maravilhoso, lindo e cansativo...
Como disse Luís Coelho é praticamente impossível termos um presidente ou governo que seja do agrado de todos. Aliás, não sabe governar, quem a todos quer contentar. Para mim um bom governo é aquele que governa com os olhos postos no interesse do país e não o que governa para elites. Que me desculpe aqueles que andam enganados, mas eu considero que o povo já não vota livremente. Vota depois de uma lavagem cerebral feita pelas SONDAGENS, que começou logo após a demissão do governo. Então o Luís andou aqui por estas bandas! Eu estive há pouco nas fragas de São Simão e também colhi imagens muito belas.
ResponderEliminarUm abraço.